terça-feira, 16 de setembro de 2025

PALAVRA DE CLÁUDIA BRINO SOB O OLHAR DE LEITORES

 



LEITORES EXPRESSAM  SEU OLHAR SOBRE O LIVRO PALAVRA








 O livro traz um poemário em louvor à palavra e se porta qual um oráculo para poetas e escritores

Vieira Vivo - poeta, escritor e editor

O livro com epígrafe de Gilberto Freire e Marlene Laky traz dezenove poemas em diálogo com uma das vertentes mais aprofundadas da poesia brasileira nos últimos tempos: a metalinguagem.

Com poemas sem título, sem numeração, eis a opção da poeta que se embrenhou pelo universo dos fonemas, na formação do elemento linguístico, ao provocar uma hecatombe, como se nota em: Penetrou em mim a primeira palavra, descortinou minha gramática e gozou sobre minhas orações submetidas a pretéritos perfeitos.

A palavra, para Cláudia Brino, deve ser célula mater, elemento essencial. Razão pela qual profetiza: Palavra, não aceite vir pelas entrelinhas, como rodapé de fim de página.

E, por tratar-se de uma obra com teor metalinguístico é natural que os vocábulos deste campo semântico apareçam nos poemas, tudo para compor uma estética que se coadune com o título da obra,

Por mais que se deseje cercar as palavras, é impossível!: mesmo assim as palavras irão além da fronteira do universo. Tudo porque a palavra é liberdade, e à poeta não deve haver censura, de que forma for: Quero que você seja a minha puta a comer-me por inteira na volúpia da escrita porque toda palavra é planta carnívora.

E nesta relação de repasto entre a autora, os leitores e a palavra, é essencial que o vocábulo verta a claridade, sendo luz: A palavra não recolhe o lamento das lágrimas nos copos vazios, desconhece o luto e a fome que todo coração traz no centro cavernoso de suas artérias. Daí, uma salva de palmas ao verbo bendito de Cláudia Brino.

Luiz Otávio Oliani - poeta, escritor, professor

Pensei que iria ler suas Palavras, mas foram elas que me leram
Ivy S.