LIVRO: VERBO de Cláudia Brino

 

VERBO é um livro forte e envolto em reflexões e até religiosidade. Cada um dos pronomes pessoais tem voz e vez nesse livro, intitulando cada capítulo e promovendo um diálogo que parte do singular para o plural. Os poemas são agrupados seguindo a ordem dos pronomes pessoais do caso reto, que iniciam cada texto que é cheio de singularidade como uma lágrima ou uma oração.

Sua leitura é rápida, leve e intensa como um olhar ao espelho. Amante dos poemas e da palavra entrei na brincadeira e gostei muito do jogo. O tema central do livro é a palavra. Confessada, sussurrada, refletida e questionada.

Charlene França - poeta

VERBO é de um vigor lírico estonteante, um soco na hipocrisia humana. Poesia que provoca o pensar, estimula o escutar, e nos convida à plena vida. VOZES, ao mesmo tempo em que emudece, aquece o coração da gente!

 Dinovaldo Gilioli - poeta

 

 * VERBO é um livro de intensidade e densidade, fora do comum. Lembre-se que o Evangelho de São João começa com as palavras: No princípio era o Verbo e o Verbo... É a gênese dos tempos que Cláudia Brino desce e nos traz de volta aos dias de hora. Na realização do livro de poemas, ela nos coloca diante das seis pessoas que decoramos na conjugação infantil dos verbos: Eu, Tu, Ele, Nós, Vós, Eles. Numa invejável demonstração de recursos técnicos, Cláudia Brino nos desnuda, e desnuda o mundo, sob os diversos ângulos de abordagem poética.

 Inês Hoffmann e Nelson Hoffmann - Jornal O Nheçuano - dezembro 2013-janeiro 2014 - Caderno Autores e Livros

* VERBO me encantou com seu lirismo recheado de sutil filosofia vital, com muita crítica aos descaminhos humanos. Foi um dos melhores poemários que li este ano.

 Cláudio Feldman - escritor, poeta, dramaturgo

* A situação da poesia desde o instante em que se desvencilhou das algemas de certos recursos convencionais, tornou difícil o acesso para aquela categoria de leitores acostumados ao toque epidérmico dos versos de fácil captação auditiva. Ao contrário do raciocínio mais generalizado, a atitude do artista que se quer inserido na corrente da modernidade é de absoluto rigor conceitual e formal, exatamente por lhe permitir o trabalho de criação na temperatura mais adequada às variações mais subjetivas no toque das palavras, das formas, das cores, dos sons. O resultado, a obra em si, representando a mensagem do criador, demanda sempre uma atitude ativa do observador-fruidor e isso requer um esforço quase sempre recusado voluntariamente. Assim, contrariando certos (pre)conceitos, não é a arte contemporânea que se afasta dos que poderiam compartilhar seus mistérios, mas estes é que dela se afastaram.

Por ser assim tão exigente, é difícil encontrar quem consiga dar um sentido válido, autêntico e efetivo àquilo que cria e produz dentro das circunstâncias acima assinaladas.

Eleita para o mais puro exercício da poesia, a santista Cláudia Brino, é uma dessas pessoas. Sabe dos caminhos ardentes do território poético onde vive em constante estado de choque. Sempre pronta para receber o mistério, transformá-lo e distribuí-lo em forma de poemas curtos e certos. A irrealidade absoluta contorna as coisas diante da vida a soprar-lhe palavras em acidentes poéticos inusitados.

 Narciso de Andrade - Jornal A Tribuna -19/05/1995 - Caderno AT Especial

* Nosso modo de poetar é bem diverso. Enquanto eu digo o que sinto de modo aberto, ao embalo da rima e da métrica, quase que nunca velando o fluxo de minha emoção, você, Cláudia Brino, na obra Verbo, em troca, joga com palavras e sentimentos por vezes de forma hermética, usando a objetividade dos nossos dias crus, numa dinâmica algo agressiva, acridoce e regada de adrenalina. O sol-poesia que nos ilumina os passos é o mesmo que aquece por igual os nossos sonhos.

 Carolina Ramos - escritora, poeta, trovadora