DICA DE LEITURA: CANTO DO ALAÚDE, Rosani Abou Adal

 

 

 A poesia ergue sua bandeira  para lembrar que os versos são instrumentos de denúncia – capazes de acusar, apontar e revelar com precisão cirúrgica os lugares onde a dor se esconde.

  Em cada estrofe, a morte surge grafada em sangue e a fome, marcada como tatuagem indelével, não apenas no corpo frágil, mas na alma coletiva daqueles que sobrevivem ao sofrimento.

  Um país, uma cidade, um povo, uma etnia – todos esmagados pela brutalidade que viola o mais essencial dos direitos: a dignidade humana.

  São poemas que choram pela Palestina e que, ao mesmo tempo, choram a própria Palestina.

  Canto do Alaúde, Rosani Abou Adal, não é uma leitura simples. É uma obra que fere, que cutuca feridas abertas, que expõe a dor contínua de um povo que resiste.

  Um livro que deixa seus leitores sob os escombros do pesar, obrigando-os a encarar, de frente, a desgraça que dilacera o espírito humano.

 [Cláudia Brino]